23 de nov. de 2013

Caminhada da Liberdade



 

Caminhada da Liberdade arrasta multidão até o Pelô

Priscila Machado 

Celebração ao Dia Nacional da Conciência Negra em Salvador

Com uma saudação à Zumbi, símbolo de resistência negra, o Ilê Aiyê deu início à 13ª Caminhada da Liberdade nesta quarta-feira, 20, por volta das 16h, em frente à Senzala do Barro Preto, no Curuzu.

Doze mil pessoas acompanharam o cortejo até o Pelourinho sob o comando dos blocos afros Muzenza, Malê Debalêe e os Negões, além do tradicional Ilê, em  celebração ao Dia Nacional da Consciência Negra.

Os 10 anos de implementação da Lei 10.639/2003  foi o tema deste ano. A lei estabelece o ensino de história da África e cultura afro-brasileira nas escolas.

Segundo Walmir França, presidente do Fórum de Entidades Negras (que organiza a caminhada), a execução da lei é uma conquista, mas é preciso unir esforços para fazer com que seja respeitada.
Conforme o presidente, no dia 14 o Fórum promoveu um debate com a Universidade Estadual da Bahia e com os conselhos de educação para cobrar a aplicação da lei.
Para o secretário de Promoção da Igualdade  Racial, Elias Sampaio, a lei representa um ganho e ao mesmo tempo um desafio, já que segundo ele, a norma ainda não foi implantada como todos  gostariam.
"Para isso precisamos produzir novos instrumentos pedagógicos e melhorar a qualidade das Escolas Públicas, onde a maioria dos negros estão matriculados", disse.
O coordenador Estadual do Movimento Negro Unificado (MNU), Ivonei Pires lembra que a obrigatoriedade do ensino da cultura afro-brasileira nas escolas sempre foi uma luta do grupo.
"Nós não poderíamos continuar a aprender a história pelo ponto de vista dos colonizadores. Precisávamos ouvir sobre os levantes negros,  os quilombos e os nossos heróis, como Zumbi dos Palmares, que hoje é lembrado em todo o país", diz.
 
Beleza Negra
No meio da multidão não faltou quem esbanjasse beleza por meio de penteados, roupas e acessórios afros.
As tranças embutidas decoradas com búzios deram um toque especial ao cabelo black da dançarina Eliana Dias, 26, que desfilava orgulhosa pela Rua Lima e Silva ao som dos tambores do Mais Belo dos Belos.
"Decidi assumir o visual aos 15 e desde então, me tornei mais confiante. Em momento algum temo exibir minhas raízes", diz.
O orgulho que Eliana e outros jovens sentem pela negritude é uma das principais conquistas do Ilê Aiyê, segundo Vovô, presidente do bloco.
"Avançamos muito na luta contra o racismo, mas ainda há muito a ser modificado, e é por isso que estamos aqui. Para dizer que o preconceito  existe e precisa ser combatido e para despertar a sociedade para a importância de  lembrar a nossa história", conta

http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/materias/1550011-caminhada-da-liberdade-reune-12-mi-de-pessoas

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