28 de jun. de 2020

VIDAS NEGRAS LGBTI IMPORTAM


Dia Internacional do Orgulho LGBTI

A luta da resistência existe desde o Brasil colonial com Xica Manicongo, trans que usava o nome de Francisca, escravizada  e vendida na Bahia a um sapateiro, tendo lutado pela vida contra a Inquisição e depois contra as Leis Manuelinas por ser obrigada a se vestir como homem.
A luta de Marsha P. Johnson trans negra uma das lideranças do levante de Stonnewal (1969-NYC-EUA), é parte da história desta luta por direitos humanos da população LGBTQI+  que o racismo tenta invisibilizar.

Então podemos dizer, exatamente a mesma frase: NOSSOS PASSOS VÊM DE LONGE.

No Brasil e no mundo inteiro ativitas lutam contra um dos pontos mais dramáticos da cultura LGBT+: a marginalização. Essa violência praticada desde o ambiente familiar, passando pelo social, religioso e profissional, muitas vezes mata.

Nomes como Madame Satã,  Tosta Passarinho, Majorie Marchi,, Floripedes e Sapoti, fazem da luta negra neste segmento. São ancestrais dessa luta que lá do orun emanam a energia necessária para seguirmos firmes.

Examante por isto, nós, do MNU-RJ querendo fazer uma homenagem e ao mesmo tempo ouvir, através do Coletivo LGBT, ativistas de dentro e fora da nossa organização, organizamos a Semana do Orgulho LGBT, no Projeto Debates na Pandemia, com lives no Instagram que teve na parceria com o coordenador Estadual LGBT Carlos Alves e do companheiro Wilson Mandela nomes de extremamente importantes da luta. Quem não viu poderá assistir em nosso IGTV no perfil @mnu.rio 

Vejam ativista como Wilson Mandela (22/06), Ermeval da Hora (23/06), Kadu Monteiro (24/06), estes do MNU-RJ; DJ Nanda Machado (25/06) da Unegro; Ághata Julião (26/06), também do MNU; Marcelle Esteves (27/06). Ainda passarão pela live Edson Axe e encerrando a semana o nosso Coordenador Estadual, Carlos Alves.

VIDAS NEGRAS LGBTI IMPORTAM!

Fonte: Ermeval da Hora

Um agradecimento especial a todxs xs participantes das lives.

                                     


                                      







22 de jun. de 2020

NOTA DA DIREÇÃO ESTADUAL DO MNU-RJ CONTRA FAKE NEWS RACISTAS EM CAMPOS DOS GOYTACASES

NOTA DA DIREÇÃO ESTADUAL DO MNU-RJ  CONTRA FAKE NEWS RACISTAS EM CAMPOS DOS GOYTACAZES



O Movimento Negro Unificado é sinônimo de resistência no que tange aos enfrentamentos cotidianos de violência e opressão que atravessam a população negra, desde 1978. Nós do MNU-RJ  tornamos pública nossa indignação diante do caso ocorrido na seção Campos dos Goytacazes/RJ, onde Manuelli Ramos e Gilberto Coutinho, conhecidos no seio da militância como Mannu Ramos e Totinho Capoeira, foram alvos de "fake news" caluniosas disseminadas no grupo de WhatsApp do Núcleo José do Patrocínio, ligado ao partido político PSOL (partido socialismo e liberdade). 

Na ocasião, um de seus membros afirmou ter ciência de "denúncias muito sérias" de agressão à Manuelli por seu companheiro Totinho.

Ao tomarem conhecimento de tal "fake news", nossos dirigentes estaduais redigiram a "Nota Preta ao PSOL", onde apontam como foi usado por um dos membros do Núcleo estereótipos depreciativos  atribuídos à população negra,  e pedem retratação pela disseminação das "fake news" que os envolvem e depreciam seus nomes e suas imagens públicas.

Destacamos, ainda, que perpetuaram tais inverdades com objetivo de deslegitimar toda a contribuição dessas duas figuras públicas da luta antirracista, bem como a legitimidade de um ato construído coletivamente, de forma horizontal, por diversas organizações negras e antirracistas, onde o único protagonista foi o grito uníssono: "vidas negras importam!". 

Entretanto, em resposta entitulada "Nota pública do Núcleo José do Patrocínio em resposta à 'Nota Preta ao PSOL'"", emitida pelo Núcleo supramencionado, não se evidencia a
 retratação a qual as vítimas das "fake news" têm direito, bem como o texto por eles redigido, tira o foco do que foi questionado por Totinho e Manuelli em nota, silenciando a questão central de suas reivindicações.

Estes ataques dos quais foram alvos o casal Manuelli Ramos, nossa Coordenadora Estadual de Juventude do MNU-RJ e Totinho, nosso Coordenador Estadual de Formação Política do MNU-RJ, reforçam o imaginário colonial acerca dos corpos de negras/os com estereótipos de homem negro violento e agressivo, e mulher negra submissa.

A trajetória de Manuelli e Totinho tem sido marcada pelo enfrentamento cotidiano contra o racismo e demais opressões, tratando-se de quadros importantes que potencializam o histórico do movimento negro. 

É inaceitável a alegação de seus detratores ao afirmarem respeitar o Movimento Negro Unificado,  pois concomitantemente se utilizam dos estereótipos depreciativos negros contra os nossos.


Exigimos:

- Posicionamento institucional da direção estadual do partido PSOL em relação ao episódio ocorrido;
- Retratação as lamentáveis "fake news" que, como dito anteriormente, depreciam a imagem e honra de nossos dirigentes estaduais;
- E, por fim, sanções para aqueles que fizeram uso de tal "fake news", haja vista não pode ser permitido e tolerado que no campo ideológico da esquerda, tal como afirmam ser, tais práticas sejam admitidas.

Rio de Janeiro, 19 de JUNHO de 2020

DIREÇÃO ESTADUAL DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNU RJ

17 de jun. de 2020

É Racismos, sim! Reaja a violencia Racial




BOMBRIL  SE ENVOLVE EM CASO DE RACISMO PUBLICITÁRIO

A empresa BOMBRIL, novamente se envolve em uma acusação de racismo publicitário,  com as redes sociais o caso tomou proporções expressivas em questão de horas. 

Trata-se da recém lançada esponja de aço inox com o nome “Krespinha”.

Sabemos que os cabelos crespos sempre foram símbolo da luta antirracista e do “black power”, porém nos últimos anos,  no mundo inteiro, as redes sociais exibem perfis de milhões de mulheres e homens negros que orgulhosos de sua identidade étnica passaram ostentar enormes cabelos em transição para o naturalmente crespo.
Junto a isto, inúmeras receitas para tratamento capilar e depoimentos sobre liberdades e sentimentos de empoderamento com a transformação se aliaram a adoção de comportamentos mais saudáveis que evitam a exposição de pessoas negras aos produtos químicos, muitos deles comprovadamente cancerígenos e nocivos a saúde, usados em alisamentos que atendiam a uma estética eurocentrada.
Os tratamentos para alisamento dos cabelos e as pessoas que os utilizam passaram ao centro de um debata da luta antirracista e muitas confessaram que só se submetiam a isto como forma de inserção em espaços sociais e corporativos, uma vez que a natureza lanosa dos cabelos naturais sempre foram associados pejorativamente algo ruim e desconfortável.

A “Krespinha” trás as gondolas de supermercados do país, em tempos de luta antifascista e antirracista nos leva a uma pergunta: QUAL O OBJETIVO DESSE LANÇAMENTO E PORQUE ESSE NOME???

Na campanha publicitária exibida no site da empresa, até ontem, diz: “perfeita para a limpeza pesada”.

NÃO É COINCIDÊNCIA




Não é coincidência que na década de 50, um produto homônimo tenha existido. Resgataram o nome, trocaram a roupagem, mas o racismo estrutural se manteve intacto trabalhando no imaginário popular como forma de contribuir para o rescrudescimento de um estereótipo que lutamos para desconstruir.

Essa divulgação de 1952 foi postada nas redes sociais em meio à nova polêmica da Bombril. A imagem mostra o desenho de uma menina negra, personificando a esponja na figura da criança.

Convocamos nossa a militância a ir ao site da empresa e deixar ali seu protesto, bem como fazer uma denúncia na CONAR, cujo modelo sugerido abaixo, foi extraido do grupo de whatsapp de advogadas negras #dororidadejurídica pode ser usado e compartilhado abundantemente.

Basta de Racismo!
Racistas não passarão!


Modelo de denúncia da propaganda racista da Bombril (do grupo #dororidadejuridica )

Site: http://www.conar.org.br/ 
(Gente, esse é o site para denúncia. Logo na página inicial tem um link para fazer reclamação)

O link do produto é esse: https://t.co/Tv62OYyAFo?amp=1

Modelo de justificativa para denúncia:

“O produto faz referência ao modelo de esponja lançado décadas atrás pela mesma marca, associando a textura e o nome da esponja ao cabelo crespo. É uma afronta à população negra, além de legitimar o racismo estético e recreativo. O CONAR deve tomar as medidas administrativas possíveis contra a marca que praticou crime de racismo e a legitimação do discurso de ódio contra pessoas negras.”

Anexe essa imagem do produto e finalize a denuncia!



Compartilhe!