O Movimento Negro Unificado é sinônimo de resistência no que tange aos enfrentamentos cotidianos de violência e opressão que atravessam a população negra, desde 1978. Nós do MNU-RJ tornamos pública nossa indignação diante do caso ocorrido na seção Campos dos Goytacazes/RJ, onde Manuelli Ramos e Gilberto Coutinho, conhecidos no seio da militância como Mannu Ramos e Totinho Capoeira, foram alvos de "fake news" caluniosas disseminadas no grupo de WhatsApp do Núcleo José do Patrocínio, ligado ao partido político PSOL (partido socialismo e liberdade).
Na ocasião, um de seus membros afirmou ter ciência de "denúncias muito sérias" de agressão à Manuelli por seu companheiro Totinho.
Ao tomarem conhecimento de tal "fake news", nossos dirigentes estaduais redigiram a "Nota Preta ao PSOL", onde apontam como foi usado por um dos membros do Núcleo estereótipos depreciativos atribuídos à população negra, e pedem retratação pela disseminação das "fake news" que os envolvem e depreciam seus nomes e suas imagens públicas.
Destacamos, ainda, que perpetuaram tais inverdades com objetivo de deslegitimar toda a contribuição dessas duas figuras públicas da luta antirracista, bem como a legitimidade de um ato construído coletivamente, de forma horizontal, por diversas organizações negras e antirracistas, onde o único protagonista foi o grito uníssono: "vidas negras importam!".
Entretanto, em resposta entitulada "Nota pública do Núcleo José do Patrocínio em resposta à 'Nota Preta ao PSOL'"", emitida pelo Núcleo supramencionado, não se evidencia a
retratação a qual as vítimas das "fake news" têm direito, bem como o texto por eles redigido, tira o foco do que foi questionado por Totinho e Manuelli em nota, silenciando a questão central de suas reivindicações.
Estes ataques dos quais foram alvos o casal Manuelli Ramos, nossa Coordenadora Estadual de Juventude do MNU-RJ e Totinho, nosso Coordenador Estadual de Formação Política do MNU-RJ, reforçam o imaginário colonial acerca dos corpos de negras/os com estereótipos de homem negro violento e agressivo, e mulher negra submissa.
A trajetória de Manuelli e Totinho tem sido marcada pelo enfrentamento cotidiano contra o racismo e demais opressões, tratando-se de quadros importantes que potencializam o histórico do movimento negro.
É inaceitável a alegação de seus detratores ao afirmarem respeitar o Movimento Negro Unificado, pois concomitantemente se utilizam dos estereótipos depreciativos negros contra os nossos.
Exigimos:
- Retratação as lamentáveis "fake news" que, como dito anteriormente, depreciam a imagem e honra de nossos dirigentes estaduais;
- E, por fim, sanções para aqueles que fizeram uso de tal "fake news", haja vista não pode ser permitido e tolerado que no campo ideológico da esquerda, tal como afirmam ser, tais práticas sejam admitidas.
Rio de Janeiro, 19 de JUNHO de 2020
DIREÇÃO ESTADUAL DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO - MNU RJ
Lamentável que isso tudo esteja acontecendo depois de um ato tão exitoso construído por várias mãos, e na condição de estar presidente do fórum municipal de religiões afro brasileira, do Conselho Municipal de promoção da igualdade racial e coordenador estadual do movimento negro unificado do estado do Rio, entidades essas de posicionamento ideológico de esquerda, lamento muito que tal #FAKENEWS tenha saído de uma rede social composta por pessoas supostamente posicionadas ideologimente como de esquerda.
ResponderExcluirPara mim, ser de esquerda está para além de legenda partidárias, não basta falar "sou de esquerda", tem que ser exemplo estando nas mais diversas formas de lutas contra todas as injustiças sociais, raciais entre tantas outras opressões ao povo preto e pobre, falar ou escrever nas redes sociais que é de esquerda é mole, para nós que somos soldados de campo de batalha, a luta contra os opressores é dioturname, e essa luta que travamos a anos definem bem nosso posicionamento ideólogico.
Totinho Capoeira