Combater a exclusão
TEMA EM DISCUSSÃO: O STF e o sistema de cotas
Mais
de 1600 instituições superiores de ensino particular já adotaram cotas
para negros através do ProUni. Os cotistas estão com média acadêmica
superior aos que pagam suas mensalidades! A Ação Direta de
Inconstitucionalidade 3.330, em julgamento no STF, vai revelar esses
dados de sucesso. Por que este grande sucesso? E a imprensa, por que
não dá espaço para se debater os motivos desta vitória inesperada?Nas
universidades públicas não é diferente. No julgamento no STF da ADPF
186 e do Recurso Extraordinário 597.285, contra a inclusão de critérios
étnico-raciais, vamos provar que na UnB, UFRGS e em mais de 180
instituições superiores públicas os cotistas estão atingindo médias
acadêmicas superiores aos eternos privilegiados da classe média, que
podem pagar escolas e cursinhos caros!
Com as cotas, estimamos que, em cinco anos, foram incluídos mais negros nas universidades do que nos 500 anos anteriores! No vestibular entram com notas baixas e, após um ano, tendo acesso à mesma estrutura educacional, os cotistas estão dando um belo show! Há o racismo institucional do Estado brasileiro, que precisa ser refletido e enfrentado. As instituições particulares não ficam para trás, infelizmente. Vejam, por exemplo, a pesquisa do Instituto Ethos sobre “As 500 maiores empresas do Brasil e a inclusão”. Os dados são vergonhosos para uma nação tão fantástica como a nossa! Brancos e negros iremos dar as mãos e iremos mudar esta realidade!
O DEM atirou no que viu e está acertando no que não viu: no sistema injusto e arcaico chamado de “vestibular”. Ele foi usado, até então, como barreira para dizer até onde o negro poderia ir. O vestibular foi desmascarado com as cotas. Um exemplo que desacredita o atual vestibular está na primeira pesquisa de desempenho acadêmico da UnB com os cotistas, na época concluinte da primeira turma: atingiram média acadêmica quase 30% acima dos “não-cotistas”! Por que a imprensa não informa estes dados positivos à sociedade?
As universidades que adotam cotas estão apenas colocando em prática o artigo 3º da nossa Constituição: construir, garantir, erradicar, promover são linguagens verbais que indicam ação, movimento, um compromisso, um fazer! O vestibular seleciona os já selecionados: os que têm dinheiro no bolso para fugir do péssimo sistema público de ensino fundamental e médio e não precisam trabalhar e estudar ao mesmo tempo! Em suma, o vestibular é a principal engrenagem, hoje, que perpetua a exclusão.
A justiça se aproximará do seu ideal quando definirmos as cotas de outra forma: que a percentagem máxima de ingressos de alunos provenientes da rede particular de ensino seja a mesma dos que terminam o ensino médio: 12%. Com isso, automaticamente definiremos que 88% das vagas seriam destinadas aos alunos da rede pública! Esta atitude irá revolucionar a rede pública.
O que explica este esplêndido desempenho dos cotistas? O professor Michael J. Sandel, de Harvard, explica em seu livro “Justeice” que o sucesso vem da capacidade destes jovens negros e brancos pobres de aproveitar com entusiasmo as oportunidades. A visão de Sandel é revolucionária! Assim que a juventude brasileira descobrir Sandel, vai reencontrar o sentido de lutar por um mundo melhor! Ele é o Francisco de Assis que escolheu como espaço de atuação o mundo acadêmico!
FREI DAVID SANTOS é fundador da organização não governamental Educafro.
Com as cotas, estimamos que, em cinco anos, foram incluídos mais negros nas universidades do que nos 500 anos anteriores! No vestibular entram com notas baixas e, após um ano, tendo acesso à mesma estrutura educacional, os cotistas estão dando um belo show! Há o racismo institucional do Estado brasileiro, que precisa ser refletido e enfrentado. As instituições particulares não ficam para trás, infelizmente. Vejam, por exemplo, a pesquisa do Instituto Ethos sobre “As 500 maiores empresas do Brasil e a inclusão”. Os dados são vergonhosos para uma nação tão fantástica como a nossa! Brancos e negros iremos dar as mãos e iremos mudar esta realidade!
O DEM atirou no que viu e está acertando no que não viu: no sistema injusto e arcaico chamado de “vestibular”. Ele foi usado, até então, como barreira para dizer até onde o negro poderia ir. O vestibular foi desmascarado com as cotas. Um exemplo que desacredita o atual vestibular está na primeira pesquisa de desempenho acadêmico da UnB com os cotistas, na época concluinte da primeira turma: atingiram média acadêmica quase 30% acima dos “não-cotistas”! Por que a imprensa não informa estes dados positivos à sociedade?
As universidades que adotam cotas estão apenas colocando em prática o artigo 3º da nossa Constituição: construir, garantir, erradicar, promover são linguagens verbais que indicam ação, movimento, um compromisso, um fazer! O vestibular seleciona os já selecionados: os que têm dinheiro no bolso para fugir do péssimo sistema público de ensino fundamental e médio e não precisam trabalhar e estudar ao mesmo tempo! Em suma, o vestibular é a principal engrenagem, hoje, que perpetua a exclusão.
A justiça se aproximará do seu ideal quando definirmos as cotas de outra forma: que a percentagem máxima de ingressos de alunos provenientes da rede particular de ensino seja a mesma dos que terminam o ensino médio: 12%. Com isso, automaticamente definiremos que 88% das vagas seriam destinadas aos alunos da rede pública! Esta atitude irá revolucionar a rede pública.
O que explica este esplêndido desempenho dos cotistas? O professor Michael J. Sandel, de Harvard, explica em seu livro “Justeice” que o sucesso vem da capacidade destes jovens negros e brancos pobres de aproveitar com entusiasmo as oportunidades. A visão de Sandel é revolucionária! Assim que a juventude brasileira descobrir Sandel, vai reencontrar o sentido de lutar por um mundo melhor! Ele é o Francisco de Assis que escolheu como espaço de atuação o mundo acadêmico!
FREI DAVID SANTOS é fundador da organização não governamental Educafro.
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