Todos os dias no Brasil morrem cerca de 63 jovens
negros, segundo indicadores. Um jovem a cada 23 minutos.
Pela morte desses jovens, chorarão mulheres negras, mães, avós, filhas, irmãs que ficarão sem
explicações ou consolo. A maioria não terá justiça, muitas sequer enterrarão
seus corpos e nenhuma compreenderá o motivou tanto ódio e tanta omissão do
estado em lidar com o elevado índice de mortalidade entre os nossos jovens.
Muitos mortos pela própria polícia que os deveria defender e outros tantos
mortos pela perversa conjuntura assassina e genocida vivenciada por nossos
jovens em favelas, guetos, periferias e centros urbanos.
Em lugar algum os nossos jovens
estão seguros, pois o estereótipo que habita o imaginário do Estado brasileiro,
representado por seus agentes de segurança pública, judiciário e representantes
de órgãos governamentais em geral é do negro criminoso, vagabundo, bandido e
marginal.
Juízes começam a fundamentar seus
julgados tendo no paradigma do negro criminoso a justificativa para absolver ou
condenar os que conseguem chegar até a Justiça, enquanto o encarceramento em
massa ainda precede os homicídios pelas forças de segurança.
O grande desafio de nossa Luta
antirracista é proteger nossos jovens, garantindo a eles o direito a vida, para
que possam exercer todos os outros direitos que o Estado deveria proteger.
Este 21 de Março é em memória dos
nossos Jovens mortos pelo Estado brasileiro omisso e genocida.
"Pelos jovens assassinados no Massacre de Sharpeville, por todas as vitimas dos crimes de racismo no Brasil e no mundo, o MNU está há 40 anos na luta. Resistimos com os olhos e o espírito voltados para África e em permanente combate contra a violência racial que a população negra é submetida a cada minuto nesse país.
MNU 40 anos de Luta contra o racismo!
A LUTA CONTINUA !!!"
Fotos: Jornal GGN; Ieda Leal