29 de set. de 2012

Palestra com José Vicente




Palestra com José Vicente


Reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares
no Rio de Janeiro
                                                                                                        
Dentro da Série encontros 2012 – Desafios Contemporâneos – da FACIG - FACULDADE CENECISTA DA ILHA DO GOVERNADOR, o professor JOSE VICENTE, Reitor da FACULDADE ZUMBI DOS PALMARES em São Paulo, ,  fez uma palestra intitulada  “CULTURA AFRO-BRASILEIRA: PARA ALÉM DO FOLCLORE”.






Prof. Mestre e Dr.Jorge Assis - CIR/RJ - Prof. José Vicente - Reitor - Dr. Delio Martins - MNU/RJ e CIR/OAB/RJ 


Antes da palestra ocorreu uma mesa Redonda, na qual se discutiu diversos temas, dentre os quais Direitos Humanos, Liberdades Fundamentais, Discriminação Racial, Ação afirmativa, Relações Raciais e Religiosidade da Comunidade Negra. Compondo a mesa redonda estavam os professores Nilton e Edna, da FACIG e Jorge de Assis, da FACULDADE DE DIREITO DE CAMPOS/RJ e Membro da Comissão da Igualdade Racial da OAB/RJ.
Mesa Redonda: Nilton, Edna e Jorge

Após a mesa redonda e a palestra, foi servida uma suculenta e deliciosa feijoada, cujo dinheiro arrecado será doado para uma entidade que trabalha com atividades da Cultura Afro no Rio de Janeiro.


Prestigiando o concorrido evento estavam diversos professores e alunos da FACIG e convidados do Movimento negro Carioca, dentre os quais o Dr. DELIO MARTINS, especialista em Historia e Cultura Afrodescendente/PUC-RJ, militante do MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO – MNU/RJ e membro fundador da Comissão da Igualdade Racial – CIR - OAB/RJ.


O evento aconteceu no dia 22, sábado das 09 às 12:20h, tendo sido organizado pela Professora CLARICE COIMBRA, coordenadora Geral do núcleo de estudos, iniciação científica e extensão, professora MARGARETH, Coordenadora do Curso de Direito e a Professora MARIA PAULA, coordenadora do curso de pedagogia da FACIG – Ilha do Governador. A FACULDADE CENECISTA DA ILHA DO GOVERNADOR localiza-se na Estrada do Galeão, s/nº - Ilha do Governador – Rio de Janeiro – RJ ( Colégio Capitão Lemos Cunha)


 Dr. Delio Martins - Jorge Assis - Prof. Clarice (frente)

Vídeos
  
(com esforço é possível escutar. Vale o Registo)



Participação  MNU - Rio de Janeiro


Sobre a Faculdade, números e Racismo Institucional. 





21 de set. de 2012

CULTURA AFRO-BRASILEIRA: PARA ALÉM DO FOLCLORE.

PALESTRA
“CULTURA AFRO-BRASILEIRA: PARA
 
 ALÉM DO FOLCLORE”-
 
JOSÉ VICENTE
 
REITOR DA FACULDADE ZUMBI DOS PALMARES DE SÃO PAULO

 
DENTRO DA SÉRIE ENCONTROS 2012-DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS- DA FACULDADE CENECISTA DA ILHA DO GOVERNADOR-FACIG, O PROFESSOR JOSÉ VICENTE, REITOR DA FACULDADE ZUMBI DOS PALMARES DE SÃO PAULO, FARÁ UMA PALESTRA INTITULADA “CULTURA AFRO-BRASILEIRA: PARA ALÉM DO FOLCLORE”.
 
APÓS SUA PALESTRA, HAVERÁ UMA FEIJOADA BENEFICENTE ONDE O DINHEIRO ARRECADADO SERÁ DOADO PARA UMA ENTIDADE QUE TRABALHA COM ATIVIDADES DA CULTURA AFRO NO RIO.
 
O EVENTO QUE ACONTECERÁ NO DIA 22, SÁBADO DAS 9 ÀS 12:20 HORAS, É ORGANIZADO PELA PROFESSORA CLARICE COIMBRA, COORDENADORA GERAL DO NÚCLEO DE ESTUDOS, INICIAÇÃO CIENTÍFICA E EXTENSÃO DA FACULDADE CENECISTA DA ILHA DO GOVERNADOR-FACIG.
O ENDEREÇO DA FACIG É ESTRADA DO GALEÃO S/Nº-LHA DO GOVERNADOR (- COLÉGIO CAPITÃO LEMOS CUNHA).
 
Por: JORGE BATISTA DE ASSIS
 


 

18 de set. de 2012

Racismo continua nos EUA.


Importante: 

Acessem o link do Jornal Estado de São Paulo e leiam toda reportagem e os comentários.


'Racismo continua em todos os EUA', diz jovem que desafiou leis de segregação

Hoje aos 70 anos, Franklin McCain pediu para ser atendido em um restaurante nos anos 60; ele se emociona com Obama

06 de setembro de 2012 | 3h 08





DENISE CHRISPIM MARIN, ENVIADA ESPECIAL, CHARLOTTE, EUA - O Estado de S.Paulo
CHARLOTTE, CAROLINA DO NORTE, EUA

Quando o presidente Barack Obama discursar na noite desta quinta-feira, 6, no palco da convenção democrata, Franklin McCain verá de perto um sonho realizado. Um ano antes de o primeiro presidente negro dos EUA nascer, o então estudante de química sentou-se com três amigos em uma lanchonete para brancos na cidade de Greensboro, na Carolina do Norte, e pediu para ser atendido. A afronta às leis de segregação mobilizou os EUA e fez de McCain ícone da luta pela igualdade de direitos.

McCain, em 1961, com outros 3 negros, exigiu ser atendido num restaurante da Carolina do Norte - Examiner.com
Examiner.com
McCain, em 1961, com outros 3 negros, exigiu ser atendido num restaurante da Carolina do Norte
Aos 70 anos, ex-executivo de uma multinacional farmacêutica, ele vive na mesma Charlotte onde, hoje, Obama aceitará formalmente a candidatura à reeleição. Conseguiu o ingresso para assistir ao presidente - que conheceu pessoalmente na campanha de 2008 - graças à intervenção de uma sobrinha, deputada estadual na Flórida. "Quando saiu o resultado da eleição (da vitória de Obama), fiquei estático. Eu não consegui ir a nenhuma festa de celebração de tão emocionado que estava", disse. A seguir, trechos da conversa com o Estado.

Estado: Como quatro estudantes em 1960, em Greensboro, tornaram-se ícones do movimento pelos direitos humanos nos EUA?

Franklin McCain: Discutia toda noite com esses três rapazes, na universidade, sobre o pensamento cristão, a democracia e, juntos, criticávamos nossos pais por aceitarem o sistema de discriminação e segregação. Fazia parte da quinta geração desde os tempos da escravidão. Em 31 de janeiro, em uma dessas conversas, concluíamos que éramos umas fraudes e nos sentimos culpados por isso. Decidimos agir em um lugar onde as pessoas eram tratadas de acordo com a raça. Nas lojas Woolworth de Nova York, um negro podia comprar qualquer coisa e tomar um lanche no balcão. Na filial do sul, não se podia sentar no restaurante, mesmo depois de fazer compras. Esse era o lugar.
Estado: Como aconteceu?
Franklin McCain: Fomos a Woolworth no final da tarde de 1.º de fevereiro. Sabíamos que não seríamos atendidos. Havia muita gente no restaurante. Compramos material de escola, nos sentamos ao balcão e pedimos coca-cola, café e torta. Fez-se um silêncio de missa. 'Por que não querem nos servir? Não há lei que nos impeça', dissemos à garçonete, que era branca. Uma funcionária negra veio e nos falou: 'São pessoas como vocês que nos causam problemas. Vão lá para baixo, se querem comer'. Ficamos mais bravos com essa mulher do que com a garçonete. Mas não saímos. Chegou, então, um policial enfurecido, mas que não sabia o que fazer porque não havíamos quebrado nenhuma lei. Ele batia o cassetete na própria mão, atrás de nós, e estava perturbado. Eu pensei que minha cabeça seria esmagada.
Estado: Ninguém os apoiou?
Franklin McCain: Uma senhora branca não tirava os olhos de mim. Concluí logo que ela estava enfurecida por eu ter me sentado no lugar dela. Então, ela se aproximou e pôs uma das mãos sobre o meu ombro e a outro no do meu amigo. Pensei que tiraria uma tesoura e nos mataria. 'Meninos, estou orgulhosa de vocês. Eu só gostaria que tivessem feito isso há dez anos', disse ela. Foi um alívio. Das ruas, pessoas brancas e negras vieram nos ver ali sentados. A loja foi fechada antes do horário e nós saímos porque, do contrário, seríamos presos por ocupação indevida.
Estado: O movimento foi reproduzido no país. Não tiveram medo?
Franklin McCain: A Câmara de Vereadores pediu ao presidente da universidade para nos manter dentro do câmpus. Ele respondeu que estávamos lá para aprender a pensar e que nada faria. Quando decidimos agir, naquela noite de janeiro, sabia que minha vida de estudante estaria acabada, que eu poderia passar anos na cadeia e até voltar para casa em um caixão. Mas a minha raiva era maior do que o medo. Nunca senti uma sensação de liberdade e de paz como aquela, no balcão da Woolworth.
Estado: Não sofreram ameaças?
Franklin McCain: A Ku Klux Klan veio atrás de nós no câmpus, com armas. Mas não nos pegaram. Recebemos cartas e telefonemas com ameaças. As pessoas passavam por nós e nos queimavam com cigarro, pisavam nos nossos pés e até cuspiam no rosto.
Estado: O que significou a eleição de Obama?
Franklin McCain: O presidente havia me convidado para almoçar durante a campanha (de 2008) e pudemos conversar. Quando saiu o resultado da eleição, fiquei estático. Não consegui a ir a nenhuma festa de tão emocionado que estava. Mas, agora, acho que ele vencerá por uma margem pequena. Muita gente branca que votou nele em 2008 já se sente com a consciência em paz, pode voltar a sua zona de conforto e não vai reelegê-lo.
Estado: Como é o racismo hoje no sul dos EUA?
Franklin McCain: Os negros agora têm esperança porque há um sistema que funciona contra a discriminação. Mas o racismo está ainda totalmente presente. Vejo o racismo todo o tempo e em todo o país. Tivemos muita mudança a partir do governo de Lyndon Johnson (1963-1969). Mas Ronald Reagan (1981-1989) fez um desserviço. Ao não fazer nada nesse sentido, George W. Bush abriu a porta para a discriminação. Agora, o racismo está presente em cada crítica de Mitt Romney à assistência social do governo. Isso é um código, que nós entendemos.


http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,racismo-continua-em-todos-os-eua-diz-jovem-que-desafiou-leis-de-segregacao,926631,0.htm
 

Notícia sobre Racismo em Belo Horizonte


Caso de Racismo em Belo Horizonte

Por racismo, defensor terá de pagar R$ 12 mil

13 de setembro de 2012 | 3h 06

BELO HORIZONTE - O Estado de S.Paulo

Um defensor público aposentado de Belo Horizonte terá de pagar uma indenização de R$ 12.440 a uma faxineira por tê-la chamado de "negra, preta e pobre" na garagem do prédio dele.

O caso aconteceu em fevereiro de 2008, e a sentença, de segunda instância, foi publicada ontem pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Segundo a vítima, a agressão foi inesperada e sem motivo. O aposentado contesta as acusações e diz que a faxineira tenta apenas obter vantagens financeiras com o processo. / ALINE RESKALLA, ESPECIAL PARA O ESTADO

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,por-racismo-defensor-tera-de-pagar-r-12-mil-,929804,0.htm


17 de set. de 2012

Denúncia de RACISMO no PARÁ - Brasil



No Pará, professora de religião afro chama segurança de  macaco.

Extraído de: G1 - Globo.com - 15 de Setembro de 2012
Na noite desta sexta-feira (14), alunos da Universidade do Estado do Pará (Uepa) denunciaram uma professora, que ministra aulas de religião afro na instituição, por racismo. De acordo com os estudantes, a docente teria insultado um segurança de "macaco" e, depois, repetido a agressão verbal a um dos universitários que defenderam o trabalhador.
A confusão teria iniciado quando Daniela Cordovil tentava entrar na universidade com alguns pesquisadores convidados para participar de um evento e...
... ver notícia completa em: G1 - Globo.com
Autor: Do G1 PA


http://g1-globo-com.jusbrasil.com.br/noticias/100061760/no-para-professora-de-religiao-afro-chama-seguranca-de-macaco




No Pará, professora de religião afro chama segurança de 'macaco'

Situação aconteceu em frente à Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Caso foi denunciado à polícia e ao Conselho Estadual de Igualdade Racial.

Do G1 PA
15/09/2012 00h29- Atualizado em 15/09/2012 17h59

Na noite desta sexta-feira (14), alunos da Universidade do Estado do Pará (Uepa) denunciaram uma professora, que ministra aulas de religião afro na instituição, por racismo. De acordo com os estudantes, a docente teria insultado um segurança de "macaco" e, depois, repetido a agressão verbal a um dos universitários que defenderam o trabalhador.

A confusão teria iniciado quando Daniela Cordovil tentava entrar na universidade com alguns pesquisadores convidados para participar de um evento e encontrou o portão localizado na avenida Djalma Dutra, no bairro do Telégrafo, em Belém, fechado.

O segurança informou que o acesso estava fechado por determinação da direção da universidade e orientou o grupo a entrar por outro portão. De acordo com os alunos, nesse momento, a professora perdeu a calma e começou a xingar o servidor.

Ao ouvir a confusão, os estudantes utilizaram um celular com câmera e desafiaram a professora a repetir o insulto. No vídeo, a professora assume que chamou o segurança, Rubens dos Santos, de 39 anos, de "macaco". "Tu é um macaco também. Vai chamar a PM (Polícia Militar) agora!", grita a professora a um dos universitários.

Continue lendo toda reportagem e veja o vídeo em:

http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2012/09/no-para-professora-de-religiao-afro-chama-seguranca-de-macaco.html


Para ler mais notícias do Pará clique em g1.globo.com/pa. Siga também o G1 Pará no Twitter e por RSS.
 
Racismo no Brasil

Professora de religião afro da Uepa, Daniela Cordovil, chama segurança de “macaco” no Pará

http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/15574-professora-de-religiao-afro-da-uepa-daniela-cordovil-chama-seguranca-de-macaco-no-para
Na noite desta sexta-feira (14), alunos da Universidade do Estado do Pará (Uepa) denunciaram uma professora, que ministra aulas de religião afro na instituição, por racismo. De acordo com os estudantes, a docente teria insultado um segurança de "macaco" e, depois, repetido a agressão verbal a um dos universitários que defenderam o trabalhador.

A confusão teria iniciado quando Daniela Cordovil tentava entrar na universidade com alguns pesquisadores convidados para participar de um evento e encontrou o portão localizado na avenida Djalma Dutra, no bairro do Telégrafo, em Belém, fechado.

O segurança informou que o acesso estava fechado por determinação da direção da universidade e orientou o grupo a entrar por outro portão. De acordo com os alunos, nesse momento, a professora perdeu a calma e começou a xingar o servidor.

Ao ouvir a confusão, os estudantes utilizaram um celular com câmera e desafiaram a professora a repetir o insulto. No vídeo, a professora assume que chamou o segurança, Rubens dos Santos, de 39 anos, de "macaco". "Tu é um macaco também. Vai chamar a PM (Polícia Militar) agora!", grita a professora a um dos universitários.
Daniela Cordovil2
Câmera de celular mostra momento em que professora xinga aluno de 'macaco' e faz gesto obsceno. (Foto: Reprodução / TV Liberal)

O caso foi levado até a Seccional de São Brás, onde a professora e o segurança prestaram depoimentos. De acordo com a Polícia Civil, um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi instaurado e os dois lados envolvidos serão ouvidos em juízo sobre o caso.

Quando o caso foi denunciado à polícia, os estudantes também avisaram o Conselho Estadual de igualdade Racial, que prometeu acompanhar a denúncia.

Na delegacia, a professora não quis falar com a imprensa, mas Claudinor Cardoso, advogado da docente, disse que o xingamento aconteceu em um momento de nervosismo e que as palavras de Daniela Cordovil não tinha nenhum teor racista, até porque a antropóloga estuda religiões africanas.

Rubens dos Santos, de 39 anos, é segurança contradado por uma empresa tercerizada que presta serviços à Uepa e trabalha há três anos no local.


Fonte: Estadão

http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/15574-professora-de-religiao-afro-da-uepa-daniela-cordovil-chama-seguranca-de-macaco-no-para





Professora do Pará que chamou vigilante de “macaco” pede desculpas e Integrante da Comissão de Igualdade Racial da OAB/PA, diz que não houve ofensa:


Acompanhe a reportagem com o vídeo em:

"Membro da Comissão de Igualdade Racial diz que não houve ofensa
Integrante apoia professora investigada por injúria racial na Uepa.
Representante alega que existem várias 'cores' de macacos."

VEJA O VÍDEO EM:







Salvador - Momento Político e as Cotas Raciais



Discussão sobre cotas raciais acirra disputa em Salvador
 
NELSON BARROS NETO
DE SALVADOR
15/09/2012-05h00

A vantagem de ACM Neto (DEM) na disputa pela Prefeitura de Salvador caiu pela metade após o PT introduzir um novo ingrediente na campanha eleitoral na cidade.

Uma propaganda de rádio e TV repetida à exaustão nas últimas semanas pela candidatura de Nelson Pelegrino (PT) cita a oposição do DEM às cotas raciais nas universidades públicas. A capital baiana é mais negra do país, com 743,7 mil pessoas que se declaram afrodescendentes, dado baseado no Censo 2010.

A propaganda petista exibia notícias sobre a ação do DEM e o depoimento de um estudante: "Você tem 80% da população negra. Ser contra as cotas é praticamente ser contra a cidade".
A tática do PT parece ter dado certo, a julgar pela pesquisa Ibope do último dia 13: Pelegrino reduziu pela metade a vantagem de ACM Neto e tem agora 27% das intenções de voto, ante 39% do democrata.

ACM Neto diz que é favorável às cotas e critica a estratégia da campanha do PT.
"Ficou claro que estão desesperados. Foi muito forte, aproveitando a vantagem na TV [o PT tem 13min54s ante 5min24s do DEM] para tentar nos desgastar."
VERSÃO REPAGINADA
O DEM chegou a conseguir barrar as peças do PT que citavam o tema, mas a campanha de Pelegrino passou a veicular uma versão repaginada do anúncio.

Nela, a vice da chapa, Olívia Santana, conhecida como "negrona", testemunha sobre o julgamento no STF.

Em abril, uma ação do DEM que questionava a reserva de vagas para negros na UnB (Universidade de Brasília) foi negada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
"A despeito de o DEM ter entrado com aquele processo, sempre fui favorável às cotas, tanto que a Universidade do Estado da Bahia foi pioneira no país, no governo de Paulo Souto [DEM], em 2003", disse ACM Neto.

O DEM já acenara à população negra de Salvador com a escolha da vice da chapa, Célia Sacramento, uma negra ligada a movimentos sociais.
"Ele [ACM Neto] sabia que seria um ponto fraco", afirmou o professor Wilson Gomes, da UFBa (Universidade Federal da Bahia).

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1154036-discussao-sobre-cotas-raciais-acirra-disputa-em-salvador.shtml

 


Cotas raciais acirram o confronto entre DEM e PT, em Salvador

10/09/2012 - 0:02 |

REDAÇÃO

Célia Sacramento - Foto: Rede Tudo FM
O juiz Ricardo D’Ávila, da 17ª Zona Eleitoral, deferiu um pedido de liminar a favor do candidato à prefeitura de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), determinando a suspensão da propaganda eleitoral em TV, de 30 segundos, da coligação liderada pelo prefeiturável Nelson Pelegrino (PT). Numa cidade de maioria negra, esta discussão sobre as cotas raciais está muito longe do fim.
Ao deferir a liminar, o juiz catou os argumentos apresentados pelos advogados do candidato ACM Neto ao fazer alusão de que seria contra o sistema de cotas raciais.
Neste sábado (8), o PT manteve o assunto no seu bloco de 13 minutos na propaganda eleitoral, incluindo manchetes de jornais que noticiaram a ação movida pelo diretório nacional do DEM contra as cotas.
O juiz Ricardo D’Ávila considerou o “conteúdo da propaganda inverídico e ofensivo”. Definiu a suspensão da referida propaganda até o julgamento final do mérito da questão.
Ao analisar a degravação anexada aos autos do processo, patrocinado pelo escritório Ismerim Advogados Associados, observou “que a vinculação expressa do representante para/com a política anti-cotas raciais, em uma cidade conhecidamente negra – como é o caso de Salvador -, passa ao eleitorado a ideia de que o candidato ACM Neto seria contra os cidadãos negros e contra a própria cidade”.
Candidata a vice - Desde o início da semana, o DEM inclui em seu horário eleitoral gratuito depoimentos da candidata a vice-prefeita Célia Sacramento (PV), que é negra, afirmando que não se aliaria a um candidato que fosse contra as cotas raciais.
O deputado federal Luiz Alberto (PT-BA), líder da Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas, viu as inserções da candidata a vice Célia Sacramento e contestou.
“Sou testemunha das ações do do deputado ACM Neto na Câmara”, afirmou o deputado petista. “Ele e seu partido se posicionam contra a reserva de vagas para negros em universidades”, declarou: “ACM Neto foi contra o Estatuto da Igualdade Racial e agora, na campanha eleitoral, diz que vai implantá-lo em Salvador”.
Para o deputado petista, o posicionamento do candidato do DEM é eleitoreiro. “Só agora ele assume compromisso com a igualdade racial?, questiona.
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12 de set. de 2012

Mulheres Negras - Próprias Raízes



Em busca das próprias raízes

Mulheres negras brasileiras e norte-americanas dispensam o alisamento e adotam cada vez mais o cabelo crespo


Revista Raça Brasil


Por Lau Francisco

Foto: Sheron Menezes / TV Globo João Miguel Júnior
Olimpíadas de Londres de 2012. A ginasta norte-americana Gabby Douglas tornou-se a primeira negra a ganhar uma medalha na história da competição. Mas a imagem altiva e orgulhosa do feito conquistado foi maculada no dia seguinte: por meio das redes sociais, mulheres negras americanas criticaram de forma ferrenha o fato de a atleta ter os cabelos alisados. Segundo as internautas, Gabby deixou de representar verdadeiramente a comunidade afro-americana ao não deixar os cabelos naturais. Indignada e indiferente, a jovem atleta disse que as pessoas deveriam parar de se preocupar com coisas como a aparência do cabelo. “Não vou mudar por causa das mensagens”, disparou.

A indignação das mulheres negras americanas não é uma simples bronca, mas sim fruto de uma discussão que hoje é centro das atenções na comunidade negra do país do Tio Sam e também aqui no Brasil: deixar o cabelo natural é um ato necessário e de liberdade? E é sob essa ótica que centenas de mulheres estão deixando de lado o alisamento, pelo simples prazer de reconhecer-se da forma como realmente são..

"FUI OBRIGADA A ENCARAR O MEU CABELO DE VERDADE. EU HAVIA, INTENCIONALMENTE, PASSADO POR UMA TRANSIÇÃO. ISTO SIGNIFICA TROCAR SEU CABELO ALISADO POR PRODUTOS QUÍMICOS E VOLTAR À TEXTURA NATURALMENTE ENCARACOLADA"

TRANSIÇÃO NAS RUAS E NA CABEÇA

Para registrar esse momento, para muitos, histórico, uma espécie de pós-movimento Black Power – que ganhou o mundo entre os anos de 1960 e 1970 – uma jornalista e cineasta nascida na Nigéria, criada na Inglaterra e hoje vivendo no bairro do Brooklyn, nos Estados Unidos, resolveu ir às ruas e filmar os rostos felizes de quem aboliu a chapinha. No documentário Transition, Zina Saro Wiwa colheu depoimentos emocionados de mulheres que se cansaram dos produtos químicos, relaxantes e permanentes. A própria cineasta, durante o trabalho, passou também pela transição e confessou que tal experiência mudou a sua vida. Ver seu cabelo natural pela primeira vez em anos foi uma revelação para Zina.

Ao contrário do cabelo quebradiço que acreditava ter, ele era encaracolado e tinha uma textura deliciosa. O filme, narrado em primeira pessoa, ganhou patrocínio do New York Times, foi parar no site do jornal e, inevitavelmente, ganhou o mundo. “Fui obrigada a encarar o meu cabelo de verdade. Eu havia, intencionalmente, passado por uma transição. Isto significa trocar seu cabelo alisado por produtos químicos e voltar à textura naturalmente encaracolada. Por vários motivos, muitas mulheres negras nos Estados Unidos começaram subitamente a retornar à textura natural dos seus cabelos”, diz Zina que, em 1995, perdeu seu pai, Ken Saro Wiwa, assassinado na Nigéria por divulgar ideias de libertação do poder econômico baseado no petróleo, além de levantar discussões ligadas ao meio ambiente.

Para a produtora e atriz Mawusi Tulani a(adepta do cabelo black) as referências vieram da família
NO BRASIL: MOVIMENTOS, ESTÉTICA E REFERÊNCIAS
Concomitantemente, ares parecidos são respirados no Brasil. Basta perceber pelas ruas, festas e em ambientes de trabalho, que as negras brasileiras também estão assumindo o “seu crespo”. Coincidência? Para muitos, não! A palavra certa para definir este momento seria “referência”. O milagre da multiplicação dos cabelos crespos não está somente nas ruas, marca presença também nas redes sociais. É crescente o número de publicações de páginas no facebook veiculando imagens de lindas mulheres com seus fios naturais.

No Youtube, algumas dão aulas e dicas de como cuidar dos cabelos, quais produtos usar e tipos variados de penteados. “As mulheres estão se libertando, não acho que seja uma coincidência ou tendência, mas sim que estamos tendo referências”, explica a coordenadora do Ponto de Cultura Ilú Ònà “Caminhos do Tambor” e da instituição Ilú Obá de Min Educação, Cultura e Arte Negra Baby Amorim, que alisou seu cabelo por 30 anos e hoje passa longe, muito longe dos relaxantes. O fato de atrizes como Taís Araújo (capa dessa edição) e Elisa Lucinda aparecerem na telinha com cabelos naturais reforça a tese de Baby. É como a antiga cultura da comunicação por intermédio do som do tambor: independente da distância, vai de uma mulher para a outra.
Por aqui, as brasileiras também estão se agrupando para defender o cabelo natural e seus significados. Assim como o Dia Nacional do Cabelo Natural, nos EUA, no Brasil a questão não se pauta somente pela estética. A importância da atitude também entra em campo. Em São Paulo, por exemplo, foi criado o Manifesto Crespo, um coletivo de mulheres que nasceu exatamente a partir do porquê da existência do preconceito com o cabelo crespo. “Existe o desconhecimento sobre os cuidados e penteados com o cabelo natural. Quais são as referências familiares e de convivência que o negro cresce na sociedade brasileira?
Infelizmente, vivemos em uma sociedade que nega a nossa cultura e o nosso corpo. Tanto o homem quanto a mulher negra sofrem uma grande pressão para que se ‘enquadrem’ no padrão de beleza do cabelo que não pode ser crespo ou volumoso, para se inserirem no contexto conservador da sociedade, como o mercado de trabalho, por exemplo”, diz Lucia Demezue, uma das criadoras do coletivo, que organiza evento e promove debates sobre o assunto. “Depois dessa experiência com o Coletivo, me sinto cada vez mais com a responsabilidade de levar esta discussão e somar a minha história de vida com as demais, sempre apontando para caminhos com mais leveza e com novos olhares para o que é ‘belo’”, completa Demezue.

NA CONTRAMÃO
A modelo e atriz Pâmella Vidal sempre valorizou seus cachos, mesmo não tendo os cabelos tão crespos como gostaria. No dia a dia, faz de tudo para que seus fios tenham um efeito contrário daquele “padronizado” pela sociedade moderna.

"Sempre fui e sou, até hoje, suspeita para falar sobre cabelos cacheados naturais, acho que toda mulher, seja negra ou mestiça, deveria assumir seu cabelo do jeito que ele é, ao invés de usar megahair e escovas progressivas, tentando parecer o que não é. Pelo fato de eu ser neta de índio, branco, suíço e negro, não tenho os cachos tão crespos, porém, faço de tudo para que eles fiquem de uma forma que chamem atenção, mais cacheados, mais volumosos. Temos que assumir quem realmente somos e nos amar. Já recebi convite de uma famosa empresa de cosméticos para fazer uma campanha na qual eu teria que alisar o meu cabelo. O cachê era tentador, mas não aceitei. Não tem dinheiro que pague meus cachos!" - Pâmella Vidal, modelo e atriz de Máscaras, novela da Record

http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/170/artigo267438-1.asp

Monteiro Lobato - Sem acordo

Monteiro Lobato 
 
Sem acordo
 
 

Audiência no STF sobre livro de Lobato não chega a acordo

 


A audiência de conciliação realizada ontem à noite no Supremo Tribunal Federal para discutir a adoção do livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, no Programa Nacional Biblioteca na Escola, do governo federal, trouxe avanços sem chegar a um acordo definitivo.
Em 2010, o livro foi acusado de racismo, sobretudo pelo modo pejorativo como se refere à personagem negra Tia Nastácia.

Convocada pelo ministro Luiz Fux, a negociação envolveu o Ministério da Educação o Instituto de Advocacia Racial, do Rio, e o técnico em gestão educacional Antonio Gomes da Costa Neto.
Há dois anos, um parecer do Conselho Nacional de Educação recomendou a não distribuição da obra por meio do PNBE, alegando que o livro era racista. Por meio de um ato homologatório, o MEC desconsiderou o parecer.

Para o ministério, uma nota explicativa recomendando a contextualização da obra bastaria para a distribuição.

O Iara e Costa Neto entraram com um mandado de segurança para sustar o ato.
Na audiência, o instituto sinalizou que pode desistir de pedir a tal anulação, caso o MEC implemente medidas concretas, como a capacitação de professores sobre o tema, além da veiculação da tal nota explicativa.

O ministério se dispôs a negociar os parâmetros do acordo com o próprio Iara, deixando em aberto uma definição sobre o caso. Haverá um novo encontro entre as partes no próximo dia 25, em Brasília, para discutir o processo de ajustamento.

Caso cheguem a um acordo, seus termos deverão ser apresentados ao ministro Fux, que decidirá se procede.

Caso contrário, o processo será submetido à decisão do plenário do STF.

Em entrevista à Folha, na última segunda-feira, o advogado Humberto Adami, que representa o Iara, declarou que o instituto estava aberto ao diálogo e que a ação tem por objetivo "conter o risco de ver o racismo reintroduzido em sala de aula".

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1152124-audiencia-no-stf-sobre-livro-de-lobato-nao-chega-a-acordo.shtml

8 de set. de 2012

11 de Setembro - STF convoca Audiência - Livro Monteiro Lobato.


Preceitos constitucionais

Fux convoca audiência sobre livros de Monteiro Lobato

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, convocou para a terça-feira (11/9), às 19h30, audiência de conciliação sobre a adoção de livros de Monteiro de Lobato pela rede pública de ensino. A audiência será realizada no gabinete do ministro, no Anexo II do STF.

O caso chegou ao Supremo por meio de um Mandado de Segurança de autoria do Instituto de Advocacia Racial (Iara) e do técnico em gestão educacional Antônio Gomes da Costa Neto. Ambos afirmam que a obra de Monteiro Lobato possui “elementos racistas”.
Ao convocar a audiência, o ministro disse que a questão trata de relevante conflito em torno de preceitos constitucionais, no caso, a liberdade de expressão e a vedação ao racismo. 

Para a audiência, foram convocadas oito pessoas, entre elas um representante do Iara, o técnico Antônio Gomes da Costa Neto, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o presidente do CNE, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o ouvidor da Secretaria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial e a relatora do caso no CNE.
Ao citarem trechos do livro Caçadas de Pedrinho, os autores da ação dizem que “não há como se alegar liberdade de expressão em relação ao tema quando da leitura da obra se faz referências ao ´negro` com estereótipos fortemente carregados de elementos racistas”. O livro infantil foi publicado em 1933, é adotado por escolas públicas e faz parte do acervo do Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE).

No mandado de segurança, o instituto e o técnico pretendem anular ato homologatório do parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que liberou a adoção de livros do autor após cassar um primeiro posicionamento do órgão no sentido de que não fossem distribuídos a escolas públicas ou que trouxessem uma “nota explicativa” sobre estudos “que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura”. Eles requerem, ainda, a “imediata formação e capacitação de educadores” para que a obra seja utilizada “de forma adequada na educação básica”.

No mandado de segurança, afirma-se que o livro Caçadas de Pedrinho é utilizado como “paradigma” e que essas regras devem nortear a aquisição, pela rede pública de ensino, de qualquer livro literário ou didático que, segundo eles, contenham “qualquer forma de expressão de racismo cultural, institucional e individual”.

O parecer contra a adoção do livro de Monteiro Lobato foi apresentado pelo CNE após Antônio Gomes da Costa Neto apresentar um “pedido de providência” perante a Secretaria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial que, por sua vez, enviou manifestação ao Conselho. Com informações da Assessoria de Imprena do STF.

MS 30.952
Revista Consultor Jurídico, 7 de setembro de 2012




 

Monteiro Lobato no banco dos réus


Audiência no STF que decidirá futuro do livro ‘Caçadas de Pedrinho’ reacende discussão sobre o politicamente correto na literatura infantil
 
http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2012/09/08/monteiro-lobato-no-banco-dos-reus-464280.asp




Após dois pareceres do Conselho Nacional de Educação (CNE) enviados ao Ministério da Educação (MEC), um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) e dois anos de indefinição, será especificada a distribuição para escolas públicas do livro “Caçadas de Pedrinho” (1933), de Monteiro Lobato. A polêmica sobre o conteúdo racista atribuído à obra, em discussão desde 2010, será debatida em uma audiência de conciliação convocada pelo ministro Luiz Fux, terça-feira, dia 11, no STF.

 
A partir da decisão da Justiça, notas explicativas poderão ser incluídas nas novas edições do livro, e o MEC deverá promover a capacitação de professores a fim de sistematizar a abordagem da questão racial na educação básica. A denúncia de trechos depreciativos contra os negros, principalmente em relação à personagem Tia Nastácia (como “Lá é isso é — resmungou a preta, pendurando o beiço”), foi feita pelo técnico em gestão educacional Antonio Gomes da Costa Neto à ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) em 2010. De acordo com a avaliação de Costa, o livro incita o preconceito racial e não poderia ser financiado e distribuído pelo Programa Nacional Biblioteca Escola (PNBE), como foi feito nos editais de 1998 e 2003. — É como se o governo financiasse a ideologia da obra. O uso do livro da maneira como se dá nas escolas é inconstitucional — diz Costa Neto ao referir-se ao preconceito racial, criminalizado pela Constituição de 1988. A discussão sobre a discriminação contra os negros na obra do autor considerado o pai da literatura infantojuvenil brasileira traz à tona questionamentos sobre os limites do politicamente correto nas narrativas, além de provocar reflexões sobre como a obra de Lobato pode ser interpretada nos dias de hoje. A abordagem nas escolas de conceitos, tais como o racismo, que aparecem não somente na obra dele, mas na de outros autores colmo Lima Barreto e Aluísio Azevedo, também voltam ao debate com a audiência do STF. Debate suscita releituras da obra do autor Curadora da obra de Lobato e responsável pela edição dos livros do autor, publicados pela Globo Livros, Márcia Camargos defende que a interpretação racista do texto se contrapõe às intenções do escritor. — Lobato sempre prezou pela educação infantil e por isso construiu uma obra tão vasta. Antes de as crianças se confrontarem com o preconceito, já censuramos o pensamento delas. Acho que aqui a questão é mais profunda do que colocar o Lobato contra a parede. A pergunta é: que tipo de adultos queremos criar? — indaga Márcia. O questionamento proposto por Márcia encontra eco na reflexão de Ilan Brenman, autor de “A condenação de Emília: o politicamente correto na literatura infantil” (Aletria), entre outros títulos. De acordo com Brenman, a tentativa de fazer com que as histórias se transformem em um reflexo do mundo politicamente correto idealizado pelas experiências sociais dos adultos apenas reprime o pensamento crítico infantil. — Nós problematizamos a questão antes que a criança, por ela mesma, consiga enxergar como uma temática social. Os adultos são incorretos, temos medos, paixões e preconceitos, assim como os pequenos. Acredito que a literatura seja um reflexo da complexidade desses sentimentos, e Lobato foi honesto a isso e ao seu tempo. Devemos provocar a criança, fazer com que ela reflita, e não dar a resposta pronta, pasteurizada — afirma ele, ao alertar que a mudança de “Caçadas”, abriria um precedente para que a obra de escritores como Aluísio Azevedo e Castro Alves sejam avaliadas. A questão da formação dos professores, um dos pontos do processo, é o que mais preocupa a especialista em formação do leitor e literatura infantil Regina Zilberman. — Os professores deveriam ser capacitados para debater não só a temática racista, mas a deficiência física, visual e outras questões da sociedade — alerta Regina. Apesar do estigma racista que poderá marcar os livros e o próprio Lobato, Márcia afirma que o debate tem o seu lado bom. Para ela, este é um momento oportuno para que a crítica literária reflita sobre os múltiplos aspectos sociais da obra lobatiana. — No fundo, este debate é pertinente porque nos dá a oportunidade de enxergarmos um pouco além do racismo e de outros preconceitos e compreendermos a dimensão do universo criado por ele — reflete Márcia. 
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http://humbertoadami.blogspot.com.br/2012/09/monteiro-lobato-no-banco-dos-reus.html
 


ADOÇÃO PELA REDE PÚBLICA

Ministro do STF convoca audiência para discutir racismo nos livros de Monteiro Lobato

 


O caso chegou à Corte por meio de um mandado de segurança (MS 30.952) de autoria do Iara (Instituto da Advocacia Racial) em conjunto com um técnico em gestão educacional. Ambos afirmam que a obra de Monteiro Lobato possui "elementos racistas".
"Não há como se alegar liberdade de expressão em relação ao tema quando da leitura da obra se faz referências ao 'negro' com estereótipos fortemente carregados de elementos racistas", afirmam, ao citar trechos do livro Caçadas de Pedrinho. O livro infantil, publicado em 1933, é adotado por escolas públicas e faz parte do acervo do PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola).
Ao decidir pela realização da audiência, o ministro Fux ressaltou que a questão trouxe um "relevante conflito em torno de preceitos normativos", criando um embate entre "liberdade de expressão" e "vedação ao racismo".
Para a audiência, foram convocadas oito pessoas. Entre elas, estão um representante do Iara; o técnico autor da ação; o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams; o ministro da Educação, Aloizio Mercadante; a presidente do CNE, Ana Maria Bettencourt; o procurador-geral da República, Roberto Gurgel; o ouvidor da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e a relatora do caso no CNE.
Mandado de segurança
Na ação, os autores pedem que o Supremo anule o ato homologatório do parecer do CNE (Conselho Nacional de Educação) que liberou a adoção de livros do autor.
Antes disso, o CNE já havia cassado um posicionamento do próprio órgão, que determinava que os livros não fossem distribuídos a escolas públicas ou que trouxessem uma "nota explicativa" sobre estudos "que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura".
Os autores da ação também querem a "imediata formação e capacitação de educadores" para que a obra seja utilizada "de forma adequada na educação básica".
No mandado de segurança, afirma-se que o livro Caçadas de Pedrinho é utilizado como "paradigma" e que essas regras devem nortear a aquisição, pela rede pública, de qualquer livro literário ou didático que, segundo eles, contenham "qualquer forma de expressão e racismo cultural, institucional, e individual".
Número do processo: MS 30.952


2 de set. de 2012

SEMINÁRIO “CRIMES RACIAIS"




SEMINÁRIO “CRIMES RACIAIS”


A COMISSÃO DA IGUALDADE RACIAL DA OAB-RJ PROMOVEU O SEMINÁRIO “CRIMES RACIAIS”, NO PLENÁRIO EVANDRO LINS E SILVA NA SEDE DA SECCIONAL, NO DIA 22 DE AGOSTO DO CORRENTE. ESTE IMPORTANTE EVENTO, QUE TEVE A PARTICIPAÇÃO DE AUTORIDADES, ADVOGADOS, PROFESSORES E MILITANTES DE ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS DE DIVERSAS REGIÕES DO ESTADO, FOI DIRIGIDO PELO PRESIDENTE DR. MARCELO DIAS E SECRETARIADO PELO SECRETÁRIO-GERAL DR. ROGÉRIO GOMES, CONTOU COM AS PRESENÇAS DO DESEMBARGADOR JOSÉ MUIÑOS PIÑEIRO FILHO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO JANEIRO E DO DEFENSOR PÚBLICO NÍLSON BRUNO FILHO, DEFENSOR PÚBLICO GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.



COM MUITA AFABILIDADE, PERCUCIÊNCIA, RIGOR CIENTÍFICO E ELEVADA CULTURA JURÍDICA, O DESEMBARGADOR JOSÉ MUIÑOS PIÑEIRO FILHO, QUE FOI INTEGRANTE DA COMISSÃO DE JURISTAS PARA A ELABORAÇÃO DE ANTEPROJETO DO CÓDIGO PENAL, NOMEADA PELO SENADO FEDERAL, ABORDOU A REFORMA DESTE CÓDIGO, DESTACANDO, DENTRE AS SUAS MUDANÇAS, A MIGRAÇÃO PARA ESTE ESTATUTO REPRESSIVO DA MAIORIA DAS LEIS PENAIS EXTRAVAGANTES.



O DESEMBARGADOR ESCLARECEU QUE, DO CONJUNTO DESTAS LEIS PENAIS QUE INTEGRARÃO O NOVO CÓDIGO, ESTÁ A LEI Nº. 7716/89-LEI CAÓ, SENDO CERTO QUE, POR PROPOSTA SUA, O RACISMO TERÁ A NATUREZA DE CRIME HEDIONDO. OUTRA ALTERAÇÃO IMPORTANTE, ESTÁ NO CRIME DE INJÚRIA RACIAL, CUJA PERSECUÇÃO PENAL SE DARÁ SOMENTE PELA QUEIXA DO OFENDIDO, TRADUZINDO-SE NA AÇÃO PENAL PRIVADA.

OUTRA MUDANÇA SIGNIFICATIVA É A INTRODUÇÃO DA TIPIFICAÇÃO DOS CRIMES CONTRA A HUMANIDADE, PREVISTOS NO ESTATUTO DE ROMA, ADEQUANDO O BRASIL AO TRATADO INTERNACIONAL DAS NAÇÕES UNIDAS QUE CRIA O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL, COM O ESCOPO DO JULGAMENTO E DA  PUNIÇÃO DESTES GRAVES CRIMES QUE CONSTITUEM UMA AMEAÇA AOS DIREITOS HUMANOS, À PAZ, À SEGURANÇA E AO BEM-ESTAR DA HUMANIDADE, DESTACANDO-SE NESTE ROL O CRIME DE SEGREGAÇÃO RACIAL-APARTHEID, CUJA PUNIÇÃO É A PENA DE PRISÃO DE QUATRO A DOZE ANOS.




ALÉM DE COMENTAR COM MAESTRIA, ELEVADO SENSO, SIMPATIA E PROFUNDO CONHECIMENTO JURÍDICO, O PROJETO DE LEI DO SENADO Nº. 236, DE 2012, QUE REFORMA O CÓDIGO PENAL BRASILEIRO E QUE TRAMITA NA COMISSÃO ESPECIAL INTERNA DO SENADO FEDERAL,  O DEFENSOR PÚBLICO NÍLSON BRUNO FILHO, EXPLICITOU SOBRE A SUA EXITOSA GESTÃO À FRENTE DA DEFENSORIA PÚBLICA GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO,   DISCORRENDO AINDA,  SOBRE O RACISMO ESTRUTURAL BRASILEIRO E  A DIFÍCIL MOBILIDADE SOCIAL DA COMUNIDADE NEGRA,  SAUDANDO A APROVAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE DAS COTAS PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, SALIENTANDO, POR FIM, QUE A EFETIVAÇÃO  DA AÇÃO AFIRMATIVA, PODERÁ CONTRIBUIR PARA ELIMINAR OS EFEITOS DA DISCRIMINAÇÃO, BEM COMO PODERÁ ASSEGURAR A PROTEÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DA  POPULAÇÃO AFRODESCENDENTE NO BRASIL.